Algodão é retomado na Serra Geral

(Por Girleno Alencar) O algodão volta a ser viabilizado na Serra Geral de Minas. Um produtor rural de Catuti obteve a produtividade de 280 arrobas por hectare, em média considerada excelente. O prefeito José Barbosa, o Zinga, explica que são aproximadamente 500 hectares plantados em Catuti e Mato Verde, dessa variedade transgênica e cujo preço chega a R$ 42,00 por arroba, permitindo um lucro de R$ 10 mil por hectare, em quatro meses de atividade. O algodão transgênico existe desde 2007 em Catuti. Na semana passada o Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas) fixou protocolo com as regras para a comercialização da safra 2017/2018. A assinatura foi realizada durante a solenidade de inauguração da nova sede da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), em Uberlândia.

Implantado em 2003 pelo Governo do Estado e coordenado pela Seapa, o Proalminas tem como objetivo fomentar a cadeia produtiva do algodão com normas que garantem benefícios tanto à indústria quanto aos produtores mediante o cumprimento de alguns critérios. Entre eles está o compromisso da indústria têxtil de comprar uma cota do algodão produzido e beneficiado no território mineiro. Além de garantir a comercialização para o produtor, o acordo estabelece o pagamento pelo preço de mercado, com um adicional de 7,85% no valor. Por sua vez, os cotonicultores devem fornecer o produto com o Certificado de Origem e Qualidade emitido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão vinculado à Seapa.

Na outra ponta da cadeia, as indústrias têxteis têm assegurada a desoneração fiscal junto à Secretaria de Estado da Fazenda (SEF), por meio da isenção de 41,66% do crédito presumido de ICMS ao adquirirem o algodão certificado dos produtores mineiros, viabilizando a competitividade da tradicional indústria têxtil mineira. Com o benefício fiscal, a indústria destina 1,5% dos recursos ao Fundo de Desenvolvimento da Cotonicultura (Algominas), responsável pelos investimentos no aprimoramento da atividade no estado.

A indústria têxtil ocupa o quarto lugar no ranking nacional e mantém polos de produção espalhados em vários territórios mineiros, com importância socioeconômica estratégica para a economia dos municípios, especialmente no Norte de Minas, onde o cultivo do algodão tem uma ligação tradicional com a agricultura familiar e os pequenos produtores. Segundo a Amipa, dos 100 produtores associados que estão cultivando algodão no momento, cerca de 70% são agricultores familiares. Na avaliação do Secretário Pedro Leitão, a atividade é fundamental numa região que tem poucas opções de cultivo devido às limitações impostas pela seca. “Estamos fazendo um trabalho de reativação da cultura no Norte de Minas, com geração de emprego e renda na região. Esse é um caso de sucesso de parceria entre produtores, indústria e governo e deveria servir de referência para outras culturas”, afirma.

Também no Norte do estado está sendo desenvolvido o Projeto de Irrigação de Salvamento, financiado pelo programa. Como a região tem um período curto e concentrado de chuvas, a água é armazenada numa espécie de tanque e direcionada para a irrigação de pequenas áreas da agricultura familiar. Técnicos da Amipa estão acompanhando este modelo de cultivo irrigado em 12 unidades demonstrativas, que poderá ser expandido para áreas maiores, se comprovada à viabilidade do sistema.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Advogado é preso em Porteirinha depois de roubar, agredir dois homens e fingir ser um policial civil

Janaúba: comunicamos o falecimento de Heloísie da Costa Silva

Na zona rural de Curvelo casal é encontrado morto; suspeita é de que o homem assassinou a mulher e se matou