ATIVIDADE MINERÁRIA EM RIACHO DOS MACHADOS: Rompimento de barragens em Mariana pode ser um aviso para o Bico da Pedra

Barragem de rejeitos em Riacho dos Machados-MG.
Desastre em Mariana-MG.
A cena forte do rio de lama que avançou sobre o distrito Bento Gonçalves no município de Mariana (MG), destruindo tudo que encontrou pela frente – fazendas, casas, galpões, florestas e matando gente, depois de duas barragens de contenção de rejeitos da mineradora SAMARCO, terem se rompido, comoveu a todos que assistiram, leram e viram as reportagens durante toda esta semana, todavia, sobretudo, a população de Janaúba e Nova Porteirinha se preocupou ainda mais. E não é para menos. Acompanhe alguns questionamentos.
Os critérios adotados para concessão de exploração de atividades – Estudo de Impacto Ambiental (EIA), Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), Estudo Prévio de Impactos Ambientais (EPIA), outorgas e outros são os mesmos para lá e também para aqui, as pessoas podem ser outras, mas o comando é um só. É bom que fique claro que houve mudança de governo e a licença para operação, certamente, foi concedida lá atrás, porém até agora, seguramente, não houve inspeção. Logo, ninguém aqui é santo.
A fiscalização (R$, U$) na mineradora de Mariana, havia dois anos que não era feita, aqui pode estar percorrendo o mesmo destino.
Em Mariana o distrito atingido fica a 23 quilômetros de distância das barragens que se romperam. Aqui, a barragem de decantação de rejeitos fica a poucos metros do rio......... que fica também a poucos metros do lago da barragem Bico da Pedra, açude que fornece água diretamente para aproximadamente 80 mil pessoas, agora com o período de estiagem esse número chega a aproximadamente 100 mil habitantes (carros pipas transportam água para outras comunidades), além de fornecer água para dois perímetros irrigados (Gorutuba e Lagoa Grande).
Lá em Mariana, a princípio, o material decantado junto com a lama, não é tão nocivo à saúde humana. Aqui, o material químico utilizado (cianeto) para a lixiviação da rocha é altamente nocivo a tudo.
Em Mariana, a atividade minerária é a de ferro. Aqui, a extração é de ouro, são outros sistemas de apuração, claro bem mais pesado, o do Riacho dos Machados


Falta de chuva reduz operação da mineradora Riacho dos Machados
Em junho deste ano a Mineração Riacho dos Machados, subsidiária da empresa canadense Carpathian Gold Inc., informou que a falta de chuvas adiou para 2016 seus planos de atingir a capacidade total neste ano. Sem água, a empresa diz que reduziria para 40% o índice de utilização do complexo minerário no 2º semestre (agora, neste período). Cerca de 300 trabalhadores teriam sido afastados durante 5 meses e os salários reduzidos em 25%.
OURO “A gente deveria processar 2,5 milhões de toneladas de minério de ferro anualmente e produzir cerca de 100 mil onças de ouro, porém, nós devemos neste ano chegar a dezembro com 50% da produção por conta da disponibilidade de água”, informou o diretor da mineradora, Vítor Hugo Belo.
OUTUBRO De acordo com o diretor, a baixa incidência de chuva no norte de Minas vem sendo registrada nos últimos 4 anos. A expectativa da Mineração Riacho dos Machados era de que as chuvas retomassem em outubro. E aí as operações seriam retomadas em novembro. Hoje já são 13 de novembro e a chuva ainda não chegou por aqui, os planos foram prorrogados.

MÃO DE DEUS
Coincidência ou não a histórica seca que castiga a região pode ser providência divina, ou seja, a mão de Deus protegendo a região. Pois, com tanta insegurança construída pelos órgãos do governo não se sabe ao certo se é seguro explorar ouro no Riacho dos Machados.
Do ponto de vista técnico e científico, é ao menos incoerente, por conta da localização, próximo ao lago da barragem Bico da Pedra.
No entanto, os homens que mandam dizem que é seguro. Como era seguro também lá em Mariana.
Certo é que, os danos causados em Mariana são microscópicos em vista do que podem ser por aqui, se por ventura ocorrer o rompimento da barragem de decantação de dejetos da mineradora Riacho dos Machados.

Mineroduto de 482 km pode provocar falta de água no norte de Minas
Região semiárida não comporta receber mineração

O norte de Minas Gerais é palco de disputa para a implantação do que pode ser o maior empreendimento de extração e transporte de minério da história da região. O projeto de mineração Vale do Rio Pardo, da empresa Sul Americana de Metais S/A (SAM), pretende construir uma mina para extração do minério de ferro no município de Grão Mogol, local onde o minério será beneficiado, e aí, também, deverá construir um mineroduto de 482 Km de extensão, para o transporte para o porto de Ilhéus (BA). O projeto prevê um custo de R$3 bilhões.

Desperdício de água onde já não tem
O uso da água, entretanto, é fator gerador de grandes preocupações à população local e os movimentos sociais. Isso porque, a região sofre com a estiagem, já que em nove meses do ano o nível de água dos rios e igarapés baixam significativamente.
Para muitos especialistas a extração de minério deveria ser proibida no semiárido, pois utilizam grande quantidade de água que acaba sendo inutilizada.
E um mineroduto então, mais inviável seria. Com a implantação do mineroduto, que compreende o transporte do minério por canos através da água, seria ainda mais complicado. “O mineroduto vai enxugar a água”.
Contudo, na medida do possível, o empreendimento avança. A empresa SAM já tem a outorga, ou seja, o direito de uso, de 6200 mm³/hora de água da Barragem de Irapé, localizada em Grão Mogol. O valor representa 14% de toda a capacidade de cessão da água da barragem, que está instalada no rio Jequitinhonha, um dos maiores da região, responsável por abastecer milhares de famílias e comunidades, que vivem basicamente da agricultura familiar.
A empresa informou que a SAM pretende ainda construir outra barragem no local, no rio Vacaria. Dali deverá retirar a água necessária para cobrir as necessidades do projeto, além de ceder 4 mil mm³/hora para o governo investir em abastecimento humano e irrigação. No entanto, especialistas afirmam que a água dificilmente terá utilidade real, pois estará contaminada. “A água é contaminada na cava [local de extração do minério], quando alcança os lençóis freáticos, e também na barragem de dejetos. Apesar das proteções obrigatórias, sempre há problemas e falhas, o que causa a contaminação”.
Decreto pode retirar famílias Em janeiro de 2014, o governo estadual publicou o Decreto com Numeração Especial 30, de utilidade pública, para “desapropriação de pleno domínio ou constituição de servidão” de terrenos nos nove municípios afetados pelo empreendimento: Águas Vermelhas, Berizal, Curral de Dentro, Fruta de Leite, Grão Mogol, Novorizonte, Padre Carvalho, Salinas e Taiobeiras. O decreto abre brecha para a desapropriação dos terrenos atingidos a qualquer momento. Para a comunidade econômica essa espécie de atividade – exploração e exportação de minério bruto, não favorece o desenvolvimento do país, apenas retira as riquezas do povo.


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

Fonte de pesquisa: Mining.com NOTÍCIAS

Comentários

  1. Acho muita pilha na cabeça do povo credo!Investiguem fiscalizem porque o povo pode fazer nada!Esta parte ai tem pessoas capacitadas p olhar então mãos a obra !

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  2. E muito preocupante pois eles simplesmente tiram a nossas riquezas, poluem nossos rios e ficoa por isso mesmo quem sofre é a população que não tem para onde correr...sou contra uma empresas que está focada só no lucro para ela não interessa o que irar acontecer daqui 1 ano, 20 ou 30 anos. Pois a mesma não estarar mais aqui..fica o choro é a dor das pessoas.

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  3. E muito preocupante pois eles simplesmente tiram a nossas riquezas, poluem nossos rios e fica por isso mesmo quem sofre é a população que não tem para onde correr...sou contra isso que está acontecendo no nosso estado uma empresas que está focada só no lucro para ela não interessa o que irar acontecer daqui 1 ano, 20 ou 30 anos, pois a mesma não estarar mais aqui quando isso tudo acontecer..o que fica e só o choro é a dor das pessoas.

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