Jaíba e a doença da corrupção

Prefeito em exercício, o professor Enoch Campos.
Uma cidade prospera e que abriga o maior projeto de irrigação da América Latina, assim podemos definir o município de Jaíba. Concentrando investimentos gigantescos na fruticultura, a cidade de Jaíba já nasceu grande.
Sua população é de 32.190 habitantes. A região onde hoje se assenta o município era chamada de Mata do Jaíba.
A Colônia, ou o projeto de Colonização, teve seu início em 1949, quando ocorreram os primeiros assentamentos de colonos na região de Gado Bravo, na margem esquerda do Rio Verde Grande. Nessa ocasião foi lançado o Projeto Jaíba, projeto de irrigação, localizado no município de Jaíba, com água captada do Rio São Francisco, em sua margem direita.
No período de 1967 a 1976 houve grande avanço nas atividades econômicas do Projeto, que ocasionou o surgimento do Povoado de Novo Horizonte, na margem direita do Rio Verde Grande, município de Monte Azul.
O povoado cresceu rapidamente e foi transformado em distrito, através da Lei nº 6.769, de 13/05/1976, com o nome de Otinolândia. Em setembro de 1991 foi criado o Distrito de Jaibênia.
Em 20 de janeiro de 1992, a Lei Estadual nº 10.784 trouxe a emancipação do município, sendo que, partindo da margem direita do Rio Verde até a Vila de Otinolândia, desmembrou uma parte de Monte Azul e da margem esquerda até a Vila Jaibênia, a área deixou de pertencer a Manga. E desde então Jaíba inicio de forma independente sua história política. Mas o que era para ser um modelo de gestão ousado e avançado, assim como o projeto de irrigação que moldou o município, se transformou em um campo de batalha da politicagem. 

MP em ação
Recentemente a cidade foi mergulhada em uma instabilidade política tão intensa, que o Ministério Público Estadual de Minas Gerais juntamente com o poder judiciário, foram obrigados a fazerem diversas intervenções, tanto no executivo, como no legislativo. Em março deste ano, o MPMG realizou a operação “Ração de Papagaio", que investigou o uso indevido de recursos públicos destinos às áreas de saúde e construção civil. O prejuízo aos cofres públicos pode ultrapassar R$ 15 milhões.
Foram cumpridos pelo MPMG e pela Polícia Militar mandados de condução coercitiva, busca e apreensão e afastamento de cargos públicos. Segundo as investigações, os líderes do grupo criminoso são secretários e servidores municipais. O nome da operação faz referência ao código utilizado por um dos secretários para pedir propina para um fornecedor do município.

Operação Agosto
Em dezembro de 2013, o prefeito de Jaíba na época, Jimmy Murça, e um vereador foram presos em uma operação do Ministério Público em conjunto com a Polícia Federal, suspeitos de formação de quadrilha, fraude em licitações e desvio de verbas públicas. Na ocasião, outras pessoas foram levadas para a sede da PF em Montes Claros, entre elas o vice-prefeito Enoch Campos, que hoje é o prefeito em exercido de Jaíba, já que Jimmy Murça teve seu mandato cassado.
“A Polícia Federal não tem dúvida alguma que ocorreu uma aquisição patrimonial absolutamente incompatível que seria adquirido licitamente pelo gestor e seus comandados. O patrimônio amealhado supera facilmente os 5 milhões de reais. Apenas as licitações do transporte escolar, nós estimamos um desvio de 1,5 milhão de reais”, disse o delegado da Polícia Federal, Marcelo Eduardo Freitas.
A Justiça expediu na época 43 mandados judiciais, sendo 13 mandados de busca e apreensão, 23 mandados de sequestro de valores, bens móveis e imóveis, quatro mandados de prisão temporária e três conduções coercitivas.

Luz no fim do túnel
Diante desse caos político, onde prefeito é cassado, o vice assume e depois também é cassado, com a maioria dos vereadores está sob investigação, o que então a população jaibense poderá fazer? O ano eleitoral se aproxima, e com o avanço da tecnologia, temos em mãos de forma prática e fácil todas as informações necessárias para fazermos uma boa escolha. Deixamos aqui duas ferramentas para uso da população consciente, e que queira votar de forma mais responsável: Os sítios eletrônicos fiscalizeagora.org e politicos.org.br. Com essas ferramentas, os eleitores saberão em que os recursos do seu município estão sendo gastos, e como os políticos estão se comportando, já que todos recebem uma pontuação de acordo com sua atuação. Por isso fica a dica: “Voto não tem preço, voto tem conseqüência”.




Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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