Surgem as primeiras irregularidades da equipe interventora na saúde de Januária

(Por Fábio Oliva) Há pouco mais de um mês à frente dos destinos do setor de saúde em Januária, a equipe interventora nomeada pelo prefeito Manoel Jorge de Castro (PT) já começou a praticar as primeiras irregularidades.
Segunda-feira, dia 17, aportou no Hospital Municipal de Januária uma nota fiscal, n. 14.670, no valor de R$ 32.967,80, mas acompanhada de menos de R$ 20.000,00 em produtos. A situação causou desconforto entre os funcionários responsáveis pela conferência e recebimento dos medicamentos. Além disso, a nota estava desacompanhada de qualquer autorização de fornecimento. O fato já foi denunciado ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais e à secretaria de Estado da Fazenda.
Na terça-feira, dia 11, o motorista da equipe de intervenção tentou entregar produtos médico-hospitalares no setor de almoxarifado do hospital, desacompanhado de qualquer documentação fiscal. Houve recusa do recebimento por parte dos funcionários do setor, mas a entrega acabou ocorrendo após a interferência de outro membro da equipe, Manasses de Paula Gonçalves Lopo, ex-funcionário do gabinete do deputado Paulo Guedes (PT).
Na sexta-feira, dia 14, o motorista da equipe tentou entregar medicamentos no hospital, sem nota fiscal, acompanhado apenas do que se denomina de “notinha simples”, sem nenhum valor legal.
Os funcionários do Hospital Municipal de Januária reclamam que a equipe vem comprando medicamentos que sequer são usados no município. E citam como exemplo a aquisição de 3.600 comprimido de albendazole (foto), um anti-parasitário que geralmente é ministrado em cada paciente em dose única, apenas uma vez por ano. O remédio não seria eficiente contra o schistosoma mansoni, causador da esquistossomose, doença parasitária mais prevalente no município, e que deve ser tratado com o Praziquantel, que seria eficiente contra esse parasita.
Enquanto isso, segundo os servidores, o HMJ não tem sequer álcool 70%, de uso hospitalar. Eles estão tendo que se virar com álcool em gel de uso doméstico. Também faltam fitas para medição de glicemia e papel para eletros. Na falta de luvas de látex, a equipe interventora providenciou luvas de plástico, do tipo usadas em salão de beleza para aplicação de tintura em cabelos.
Sem o fornecimento, pelo HMJ, de máscaras apropriadas para lidar com pacientes com tuberculose, AIDS e outras doenças altamente contagiosas, os servidores estão comprando as máscaras com o próprio dinheiro. Enfermeiros e técnicos em enfermagem contratados estão com cinco meses de salários atrasados. Os servidores da saúde também reclamam da inércia e falta de providências do Sindicato que deveria defender os direitos dos trabalhadores.
Segundo os servidores, quem discorda das irregularidades praticadas ou é demitido ou transferido de setor. Eles também se queixam de que algumas transferências estariam ocorrendo para abrir espaço para a contratação de mais de vinte pessoas indicadas por deputado petista, cujos contratos já estariam sendo elaborados na Secretaria Municipal de Saúde.

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