CÉSAR EMÍLIO ENTRE A CRUZ E A CALDEIRINHA

Presidente da Amams adere na última hora a movimento de prefeitos que pressionam Dilma e Pimentel por mais verbas

(Luís Claudio Guedes) O prefeito de Capitão Enéas e presidente da Associação Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), César Emílio Lopes (PT), atravessa um inferno astral digno de nota. Obrigado a administrar o desgaste do rompimento com o vice, Júnior Braga (PMDB), que já anunciou candidatura ao cargo de prefeito em 2016, César Emílio enfrenta dores de cabeça extra com as cobranças da prefeitada associada à Amams, que exige dele postura mais agressiva na adesão das entidades municipalistas aos protestos contra os governos estadual e federal.
O presidente da Amams tem perdido o sono para conciliar a posição de petista de carteirinha com os interesses dos colegas prefeitos, em especial os que têm possibilidade de reeleição, que estão desesperados ante a possibilidade, cada vez mais concreta, da crise econômica barrar seus sonhos de conquistar mais um mandato.
A Prefeitura de Capitão Enéas só confirmou na tarde da sexta-feira (21) sua adesão à paralisação desta segunda feira (24), mesmo assim a contrgosto. A ação faz parte do movimento “Crise nos municípios: prefeituras de Minas param por você”. Cerca de 600 prefeituras mineiras confirmaram a participação no movimento. Em Capitão Enéas todos os serviços municipais serão paralisados, menos os de Saúde e de Limpeza Urbana.
O movimento é encabeçado pela Associação Mineira de Municípios (AMM) e tem por finalidade chamar a atenção dos governos federal e estadual para o cumprimento das responsabilidades com os municípios. Os prefeitos ameaçaram até acampar nos gramados da Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, para pressionar o governador Fernando Pimentel. Preocupado com o desgaste que o gesto pode trazer ao seu ainda incipiente governo, Pimentel reuniu 41 representantes de entidades municipalistas ontem, no Palácio Tiradentes, quando anunciou a liberação de verbas para o transporte escolar.

Toma Dilma, que o filho é seu...

Entre as muitas reivindicações dos prefeitos estão a recuperação do Fundo de Participação de Municípios (FPM), a redistribuição da arrecadação de impostos, definição dos repasses pendentes dos convênios entre a União, estados e municípios e revisão do pacto federativo.
O movimento dos prefeitos tenta jogar para o colo da presidente Dilma e do governador a culpa pelos muitos problemas que a população já sente em cada cidade, em especial as mais pequenas. Para a AMM, as agruras que o povo enfrenta tem relação direta com a queda dos repasses federais e estaduais e a aplicação destes recursos na saúde, educação, segurança e desenvolvimento econômico para geração de emprego.
Pressionado a dar o exemplo, César Emílio decidiu fechar as portas da Prefeitura de Capitão Enéas. O constrangimento do presidente da Amams, contudo, é visível. No meio da ventania da crise se ficar o bicho come, se correr, o bicho pega.

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