Cidades fazem pressão para Minas ser incluída em medida contra a crise

(POR QUEILA ARIADNE) A audiência pública que teve como objetivo discutir a crise na indústria de ferroliga contou com a presença de representantes das indústrias e das cidades afetadas, e trabalhadores que foram demitidos. Eles se articulam para pressionar o governo federal a incluir Minas Gerais na Medida Provisória (MP) 677/15 que, por enquanto, beneficia só o Nordeste.
A reunião realizada pela Comissão de Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aconteceu nesta quinta-feira (9).
Desde o fim do ano passado, cerca de cinco mil pessoas foram demitidas em Várzea da Palma e Pirapora, no Norte do Estado, entre empregos diretos e indiretos, com a redução e paralisação das atividades da Inonibrás, Minasliga, Liasa, Italmagnésio e Rima.
O prefeito de Pirapora, Léo Silveira, apontou ainda que a água do rio São Francisco que vai para a usina de Sobradinho para gerar energia para a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), passa na "porta" de Pirapora e mesmo assim, a cidade não é contemplada pela MP.
O motivo apontado pelas empresas de ferroliga para as demissões no setor é o custo da energia.


Entenda
A MP 677/15 estende os contratos entre as indústrias eletrointensivas do Nordeste e a Chesf até 2017, como uma forma para se reduzir a crise do setor no Estado.
Outros motivos para a audiência foi o fechamento da fábrica da multinacional Novelis em Ouro Preto, com a consequente demissão de mais de 300 pessoas; e a redução dos salários na unidade da Vale Manganês situada no mesmo município.
Ligadas ao setor do ferroliga, as empresas têm sofrido, segundo os presentes, com os recentes aumentos de preços da energia elétrica. De acordo com o diretor executivo da Associação Brasileira de Ferroligas e Silício Metálico (Abrafe), Edivaldo Holman, a energia é o insumo mais importante dessa indústria, chegando a representar entre 40 e 45% dos custos.
Ainda de acordo com Holman, 80% da produção de ferroliga no Brasil está em Minas Gerais. Assim, ele afirmou que a solução mais imediata e rápida para a crise é a ampliação para o Estado dos efeitos da MP 677/15. A medida garantiu a ampliação dos contratos de energia sete indústrias no nordeste com manutenção dos preços, além de criar um fundo com recursos a serem destinado à construção de empreendimentos para geração de energia elétrica.
Atualmente, a MP 677/15 está sendo analisada por uma comissão criada na Câmara dos Deputados e o deputado federal Leonardo Monteiro (PT/ MG) já apresentou uma emenda que sugere a extensão dos benefícios para Minas Gerais. “Temos que sair daqui com um grupo de ação junto aos parlamentares mineiros em favor dessa emenda”, disse o deputado Carlos Pimenta (PDT), que defendeu que parlamentares da base e da oposição se unam com esse fim.
Durante a reunião, foi aprovado requerimento de audiência pública com a participação das comissões de Minas e Energia e de Direitos Humanos para debater a medida provisória 677/15, que, conforme apontado na audiência pode ser a solução para a crise.


Com informações da ALMG.

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