'Bruno escreverá livro', revela mulher do goleiro

(O Dia) A mulher de Bruno, Ingrid Calheiros, comemora a primeira vitória na Justiça desde que o marido foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pela morte de Eliza Samudio. O goleiro foi transferido para o presídio de Francisco Sá, Norte de Minas Gerais, onde vai pleitear o direito de jogar pelo Montes Claros, clube com o qual assinou contrato. Em entrevista exclusiva ao DIA , Ingrid disse que vai se mudar para a região e revelou que perdeu um filho. E também que o ex-camisa 1 do Flamengo escreve livro sobre o crime.

O DIA : Como você encarou a transferência do Bruno para Francisco Sá?
INGRID : No início, me deu medo do novo. Mas é a primeira vez em muito tempo que estou feliz. É a primeira vitória que a gente teve.

Você vai se mudar para Montes Claros?
Há sete meses aluguei um apartamento para ficar mais próximo dele. Fica a 50km do presídio. Eu vou morar e trabalhar lá. Devo ir em meados de julho.

O Bruno assinou contrato com o Montes Claros, mas foi proibido pela Justiça de trabalhar fora. Como você encarou?
Tenho certeza de que o Bruno retomará o trabalho. Transferido, quem vai resolver isso é outra comarca. A pena dele foi calculada erradamente. No levantamento consta que a prisão ocorreu em 2012 e é público que ele foi preso em 2010. Então, todo mundo diz que ele só vai sair ao trabalho em 2020, mas isso não é verdade. O advogado disse que o Bruno terá o direito de trabalhar, após cumprir um sexto da pena.

Você fará uma mudança drástica na sua vida por causa do Bruno?
Muita gente, quando olha para mim, diz: “Lá vai ela, tadinha”, acham que sou iludida. Quero dizer que não tenham pena. Foi escolha minha ficar com o Bruno. É o marido que escolhi para mim. E aonde ele for, eu vou atrás. Na alegria e na tristeza.

O Bruno mudou?
Existiam dois Brunos: o goleiro do Flamengo e o meu. O goleiro, eu particularmente detestava, era uma pessoa com o nariz em pé, cheio de si, dono do bem e do mal. Já o Bruno que eu conheci e por quem me apaixonei é carinhoso, romântico, me completa em todos os sentidos. Só descobrimos o amor de verdade quando a pessoa não tem mais nada para te oferecer e mesmo assim você não consegue viver sem ela.

Do que o Bruno sente mais falta no presídio?
Hoje, ele dá valor a pequenas coisas, valoriza um copo de água gelada. Disse que a primeira coisa que quer fazer quando sair é usar um banheiro digno. Quem diria que ia sentir falta de sentar à mesa para comer com garfo e faca. Teve que cair num lugar daquele para reconhecer quem é, de onde veio e quem são as pessoas que estão do lado dele.

Bruno quer fazer o exame de DNA do Bruninho. Por que mudou de ideia?
Não é que o Bruno tenha mudado de ideia. Ele queria fazer o exame durante a gravidez, e ela (Eliza) recuava. Quando ele reconheceu, foi praticamente impulsionado a fazer isso pelo outro advogado. O Bruno não é contra o Bruninho, não é um monstro. Ele jamais faria alguma coisa contra a criança, porque ele também não teve um pai. Ele reconheceu a criança. A gente só quer saber se é dele, é um direito.

Você estava grávida durante o júri do Bruno?
Foi uma situação muito difícil, doída. Descobri que estava grávida e perdi na época do júri. Trabalho ao lado de um aparelho de raio X, entro no presídio com um raio X de alta potência. Quando descobri já estava com dois meses e meio de gravidez. Fiz a curetagem. Hoje não penso em ter um filho sozinha. 

Nunca chegou a pensar que a versão do Ministério Público é a verdade?
Não, porque eu convivi com algumas pessoas envolvidas e conheço o Bruno muito bem. Sei o que ele é capaz de fazer. A maior prova de que o Bruno não mandou matar a Eliza é que até hoje ele não sabe se o Bruninho é filho dele. O Bruno é um profissional de futebol, não é matador. A maior falha desse processo foi uma delação premiada. O verdadeiro vilão levou uma pena mínima, vai sair primeiro que o Bruno e ficará impune.

O que você achou do livro ‘Indefensável’, que conta a história da morte de Eliza Samudio?
Queria mostrar a minha indignação com esse livro escrito por três jornalistas que cobriram o caso e foi publicado sem o conhecimento de ninguém. Eu não li e nem tenho interesse em ler. Quero dizer que o Bruno escreverá um livro e contará a sua própria história.

O Bruno pensa em fazer alguma coisa em relação a essa obra?
Para o Bruno é mais difícil tentar interditar o livro na Justiça porque se tornou uma história mundial. Mas eu, por exemplo, estou cogitando a possibilidade. Não sou uma pessoa pública ou artista e sou citada no livro.

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