Idosos do Norte de Minas sofrem menos doenças cardíacas

Uma pesquisa da Fundação João Pinheiro sobre o perfil da população com idade acima dos 60 anos em Minas aponta que o Norte do Minas é a região com a menor incidência de idosos portadores de doenças cardíacas e diabetes. Os números mostram que 13,9% dos idosos que vivem na região são cardíacos e 12,3% têm diabetes. Em Minas os índices chegam a 20% e 18,3% respectivamente.
A região também é a que possui o menor número de idosos com câncer, insuficiência renal, asma e bronquite.  Segundo a pesquisa são 0,8% portadores de câncer contra 2,1% no Estado, 2,1% com insuficiência renal, sendo 4,2% em Minas e 4,0% com asma e bronquite contra 5,9% no Estado.
O estudo faz parte da Pesquisa por Amostra de Domicílios (PAD-MG), realizado em 2011.  Foram analisadas, ainda, as atividades laborais da população idosa do Norte de Minas. A conclusão é que 65,1% que exerciam atividades laborais eram trabalhadores por conta própria e 37% executavam as atividades em casa. São os maiores índices do Estado. As segundas colocações ficaram paras as regiões Centro Oeste, com 58,3% dos idosos trabalhando por conta própria, e o Vale do Rio Doce, com 26% das pessoas acima dos 60 anos exercendo as atividades no domicílio.

Assistência ao idoso 
A Saúde dos idosos do Norte de Minas conta com um aliado importante – é o Programa Centro Mais Vida, da Secretaria de Estado de Saúde, que atende 86 cidades da região. O Centro funciona no Hospital Universitário da Unimontes, em Montes Claros e, em seis anos, mais de 29 mil idosos foram atendidos por geriatras. Só este ano foram 1.120 consultas. Os atendimentos laboratoriais chegaram a 181.422 no período.   Também foram realizados 56.577 procedimentos envolvendo profissionais como  psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas, assistentes sociais, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
Maria do Carmo Pereira, de  74 anos, nasceu em Rio Vermelho, na região central do Estado.  Ela mora em Montes Claros há dois meses e está entre os pacientes atendidos pelo programa. Portadora de diabetes e outras doenças, como artrose e hipertensão, hoje ela  tem uma melhor qualidade de vida.
A acompanhante, Rita de Cássia Nunes Ursine, conta que D. Maria foi orientada a respeito da necessidade de uma alimentação adequada, da importância de tomar os medicamentos na hora correta a ainda sobre os cuidados preventivos com relação às quedas repetitivas. “Ela passou por uma série de exames, alguns deles, como densitometria óssea e tomografia computadorizada, foram realizados pela primeira vez na vida de Dona Maria do Carmo. Agora ela se sente mais feliz e sempre elogia a qualidade do atendimento e o carinho e atenção dos profissionais”, relatou a acompanhante.
Na opinião da coordenadora do Centro Mais Vida de Montes Claros, a socióloga Celeste Fróes, o programa melhorou a qualidade de vida dos idosos em toda a região. “Hoje o profissional tem uma visão holística do idoso e a consequência disso é a longevidade e a independência funcional. Isto vem de encontro à visão do Governo de Minas, que é ser padrão de excelência na saúde do idoso”, concluiu a socióloga. O Programa integra a Rede Mais Vida da Secretaria de Estado de saúde. o objetivo é garantir ao idoso condições de recuperar a capacidade funcional nas atividades da vida diária e na realização de tarefas simples do cotidiano.

Idosos no Estado
De acordo com os dados do PAD em 2011, 10,1% dos mineiros eram idosos entre 60 e 79 anos e 1,7% tinham mais de 80 anos, somando 2,3 milhões de pessoas. As regiões que apresentaram estruturas etárias mais envelhecidas foram a Zona da Mata, onde os idosos representavam 13,3% da população total, Jequitinhonha/Mucuri (13,2%), Rio Doce (13,1%) e Central (13,1%).
O percentual de idosos era menor no Norte  (11,2%), na Região Metropolitana de Belo Horizonte (11%), Alto Paranaíba (10,1%) e Noroeste (8,6%).Os pesquisadores visitaram 18 mil domicílios distribuídos em 428 municípios mineiros, em áreas urbanas e rurais. A pesquisadora da Fundação João Pinheiro e uma das responsáveis pelo Perfil da População Idosa de Minas Gerais, Juliana Riani, ressalta que o recorte regional dos dados é fundamental em um estado tão heterogêneo como Minas. “Neste momento em que vivemos o envelhecimento da população, é essencial conhecermos os idosos mineiros e as características regionais, para a eficácia das políticas públicas. Ou seja, esse diagnóstico regional permite focalizar as políticas públicas”.


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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