PF investiga fuga de líder que aplicou golpe em prefeitura de Janaúba

Mateus Roberte Carias estava preso no presídio de Viana
(Por Alessandra Mello) O empresário Mateus Roberte Carias, que estava preso preventivamente desde julho do ano passado, acusado de liderar um esquema de falsificação e venda de títulos ‘podres’ para prefeituras do Norte de Minas e de diversos outras cidades do Brasil, agora é foragido. Em abril do ano passado, uma reportagem exclusiva do EM denunciou a atuação do grupo de Mateus em Minas Gerais. De acordo com informações do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF), ele foi libertado ilegalmente do Complexo Penitenciário de Viana, em Vitória, no Espírito Santo. As duas instituições só tomaram conhecimento da soltura ilegal do preso quando pediram, no mês passado, sua transferência para o presídio Regional de Montes Claros. Carias tinha contra ele dois mandatos de prisão preventiva. Um deles, originado da comarca de Pirapora, foi transformado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no fim do ano passado, por medidas cautelares alternativas, como prisão domiciliar e comparecimento regular ao juízo. O outro pedido de prisão preventiva, ordenado pela Justiça de Janaúba, continuava em vigor. 
Para a PF, a soltura de Mateus lembra o caso do traficante Fernando Beira Mar, que também escapou pela porta da frente de uma delegacia em Belo Horizonte. “Tal como sucedera com Fernandinho Beira-Mar, o rico e poderoso Mateus Roberte Carias saiu pela porta da frente do Presídio do Espírito Santo, mesmo tendo contra si um mandado de prisão em vigor”, diz a nota comunicando a soltura do empresário, divulgada ontem pela PF de Montes Claros. A PF informou ainda que ele entrou com inúmeros pedidos de soltura no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e que todos foram negados.

JANAÚBA 
A PF informou que o sistema prisional do Espírito Santo foi comunicado a respeito do mandado de prisão relativo ao processo de Janaúba, e que o setor responsável pelo recebimento do documento com essas informações foi o da assessora jurídica do complexo penitenciário. A Justiça de Janaúba já determinou a recaptura do preso e a instauração de um procedimento para apurar os responsáveis pela soltura do empresário, acusado de causar um prejuízo de cerca de R$ 200 milhões aos cofres públicos.
Ele já havia sido preso em 2012 durante uma operação do Ministério Público do Espírito Santo, que apurava a fraude na contratação por 98 prefeituras de uma das empresas de Mateus, a Instituto de Gestão Pública Urbis, para a prestação de serviços de consultoria tributária. Entre os anos de 2006 e 2011, o Urbis fechou pelo menos 180 contratos com prefeituras de todo o Brasil, sem licitação ou por meio de concorrências fraudulentas, para recuperar valores pagos indevidamente pelas administrações municipais ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Desse total, 49 foram com cidades mineiras.

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