Janaúba nas mãos dos meliantes?

(Por Lenisson Túlio) Ontem à noite (05) um triste episódio chocou a todos nós. Um possível acerto de contas entre “bandidos” deixou à mercê da violência muitas famílias e vários trabalhadores. Felizmente não houve uma tragédia PORQUE DEUS NOS PROTEGEU. O Espeto & Cia é hoje uma tradição, uma referência na cidade e na região que por anos e anos tem conquistado esse lugar sendo um tradicional local de encontro de famílias, sobretudo aos domingos, quando as famílias saem de missas e cultos e vão para lá jantar. No Espeto, mais de 20 pessoas trabalham e tiram seu sustento. Neste domingo, os funcionários que lá trabalham, e as famílias que lá freqüentam viveram uma noite de terror. 
Este lamentável episódio acontece depois de outros que causaram igual perplexidade em toda a nossa sociedade. Recentemente um homem foi assassinado na Praça Dr Rockerth (a praça da Prefeitura) na esquina com a Francisco Sá, o crime aconteceu à luz do dia, em frente a um supermercado de grande movimento. Pouco depois disso um outro assassinato aconteceu também na Rua Francisco Sá em frente a um “trailler”, quase na mesma esquina do anterior. Pouco depois, em um domingo, logo após o horário de almoço, uma tentativa de assassinato aconteceu também na Rua Francisco Sá. Além de perplexidade e revolta é preciso que cada um de nós comece a se questionar o porquê de tantos crimes acontecerem “na cara de nossa sociedade”. A impressão que temos é de que os bandidos contam com uma audácia a cada dia maior, uma certeza de impunidade, de ausência de autoridades, e vão assim, com essa certeza, pouco a pouco invadindo espaços das famílias que, amedrontadas, estão ficando presas em suas casas. 
Não é de hoje que nós Janaúba passa por isso. Há alguns anos bandidos roubaram as armas de uma delegacia. Pasme, isso já aconteceu aqui! Pouco tempo depois numa das praças principais da cidade, com mais de cinco mil pessoas presentes, na festa do São João Gorutubano, uma pessoa foi assassinada à queima roupa na frente de crianças, pais e famílias. Novamente na cara da sociedade.
Cobrar ações ou demonstrar revolta não resolve. Ignorar muito menos. Essa violência vai chegar à sua casa. Bater à sua porta. Ontem a vítima quase fui eu, meus filhos, meus amigos, funcionários, clientes. Amanhã pode ser você, sua família. Precisamos nos organizar como sociedade para discutir medidas que possam ser implementadas pelas autoridades. É preciso que haja das autoridades a consciência de que eles são SERVIDORES PÚBLICOS, com obrigação constitucional, legal e moral de fazer cumprir suas funções em um Estado democrático de direito, cumprindo a lei e fazendo participar a sociedade e não com arrogância do “status quo” que os títulos oferecem. 
Não podemos assistir essa onda de violência tomar conta da cidade e fazer piada disso. Impressionante, mas tem gente que acha “graça disso”, que tem essa atitude macabra e irresponsável, que vai para internet e usa as redes sociais para tornar públicos comentários que só atrapalham e banalizam a violência.
Há algum tempo vimos nos jornais que seriam instaladas câmeras do programa “Olho Vivo” do governo de Minas. Até agora nada. Certamente só este tipo de ação não funcionará na prevenção, somente depois dos acontecidos. Há alguns anos a ACIJAN instalou uma cabine de observação na Praça do BNB, que nunca foi utilizada, talvez ali, a presença constante da Polícia deixasse a população mais segura, e os bandidos mais intimidados e menos à vontade. Nesta mesma Praça do BNB – que ontem estava lotada- até a esquina das ruas Francisco Sá com Inhumas, tínhamos o metro quadrado mais cheio de habitantes, as ruas, bares e praças estavam lotados e ainda assim, os bandidos tiveram a audácia de fazer o que fizeram. Talvez a presença de polícia neste trecho iniba esses crimes, mas se também não houver apuração, resolução e punição nestes crimes, tanto a sociedade ficará na sensação de falta de justiça e impunidade, quanto o bandido continuará à vontade, será mais uma vez “o dito pelo não dito.”
Talvez a solução sejam as missas começarem mais cedo, nenhuma família mais freqüentar as ruas da cidade, os jovens não ocuparem as praças, as festas não acontecerem, nenhum bar mais abrir, e todo mundo ficar de casa para o trabalho. Assistiremos a tudo isto calados? Devemos convidar nossas autoridades responsáveis pela segurança a sentarmos todos juntos e discutirmos com maturidade e HUMILDADE soluções. Cadê nossos vereadores, prefeito, os comerciantes, os representantes de Lojas Maçônicas, representantes de igrejas, de associações, donos de bares e restaurantes, produtores de evento, profissionais liberais, internautas e estudantes? Onde estão nossas lideranças? Onde estão nossas representações? Onde estão nossos direitos que só aparecem nossos deveres como contribuintes do governo- o mineiro, por exemplo, um dos mais vorazes na arrecadação? Vamos sair do comodismo de empurrar a culpa para o outro e nos questionar o que podemos fazer para melhorar? 
Nós, do Espeto & Cia lamentamos profundamente o acontecido e comunicamos que já estamos trabalhando uma forma de identificação e revista de cada pessoa que entrar no bar. Um procedimento que pode atingir a todos, independente de idade, cor, credo, sexo, ou de ser conhecido ou não. Pode ficar demorado, mais caro, cansativo, mas certamente será mais seguro. 
E você? Vai continuar aí sentado sem fazer nada? Vai esperar os tiros acontecerem na sua porta?

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