Acusados voltaram ao poder

(Por Guilherme Reis) Os prefeitos de Montes Claros, Bocaiúva e São Francisco, no Norte de Minas, voltaram ao poder, mas já estiveram na mira da Justiça em passado recente. Juntos, eles totalizaram 130 mil votos durante a eleição municipal de 2012. 
Em 1987, o então prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PRB), arquitetou um golpe que desviou R$ 1 milhão de dólares do Banco do Brasil. De acordo com o próprio Ruy, o objetivo da manobra era garantir recursos para o processo eleitoral municipal em 1988.  
O golpe foi descoberto e Muniz foi condenado a cinco anos de prisão. O político cumpriu 14 meses de detenção. Em 2005, Muniz foi cassado, quando exercia o cargo de vereador em Montes Claros, por compra de votos. De acordo com a denúncia, Muniz oferecia bolsas de estudo em sua instituição de ensino para ganhar votos.  
Em 2008, Muniz foi investigado por sonegação de impostos no valor de R$ 100 milhões. Os inquéritos da Polícia Federal mostraram que ele, na época deputado estadual, teria usado uma entidade filantrópica para sonegar impostos, desviar recursos e fraudar licitações.  
O prefeito comentou sobre o período em que esteve preso e ainda assegurou que, depois desse fato, não se envolveu em mais nenhuma irregularidade. “Em 1988, nós achávamos que eleição se ganhava com dinheiro. Desviamos o valor por convicções políticas. Nossa intenção era devolver tudo com boas obras, bom governo, mas percebemos que aquilo não era certo. Fiquei mais de um ano preso, me arrependi e agora sei que devemos escolher outro caminho para mudar as coisas”, disse. Em 2012, Muniz foi eleito prefeito, pela primeira vez, com mais de 105 mil votos.  
Reeleito ano passado, o prefeito de São Francisco, Luiz Rocha Neto (PMDB), chegou a ser cassado pela Justiça Eleitoral depois que o Ministério Público o denunciou por abuso de poder econômico e gastos não autorizados pela Justiça Eleitoral. Na época, Neto alegou que sua campanha foi feita sem irregularidades. Ele foi reeleito com 11.600 votos.  
Em Bocaiuva, o reeleito no ano passado com 12,4 mil votos, Ricardo Veloso (PSDB), também foi alvo de denúncias. A prefeitura da cidade foi uma das citadas pela operação Máscara da Sanidade. Veloso foi acusado de tentar subornar um vereador do município para aprovar um empréstimo de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no valor de R$ 3,6 milhões.
O prefeito também alegou, quando aconteceram as acusações, que não havia cometido irregularidade.


Opinião
Difícil. O jornalista Benedito Said explicou que é muito difícil os jornais locais denunciarem a corrupção no Norte de Minas. “Os jornais são sustentados pelas prefeituras, e os jornalistas recebem de políticos. É um mutismo”.



Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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