Para reparar danos, Eike e mineradoras vão salvar imóveis históricos em Minas

A sede da Fazenda Quebradas, que já recebeu até Juscelino Kubitschek, vive escorada, quase caindo
Imóveis históricos do Vale do São Francisco, no Norte de Minas, serão reformados com parte da arrecadação de multas e medidas compensatórias aplicadas pela Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais.
A mineradora MMX, por exemplo, destinará R$ 3 milhões para a restauração da igreja Nossa Senhora da Conceição, em Matias Cardoso, a mais antiga do Estado. O montante é relativo à compensação ambiental por danos causados pela empresa do grupo de Eike Batista com a exploração minerária no Quadrilátero Ferrífero.
Segundo o procurador Marcos Paulo Souza Miranda, da Promotoria de Defesa do Patrimônio, serão aplicados nas reformas cerca de R$ 5 milhões, em 18 meses. Apontada como o primeiro povoado de Minas, Matias Cardoso será uma das contempladas.
Além do valor pago pela MMX e destinado à igreja construída em 1880, outra empresa, que pediu para não ser identificada, doará R$ 1 milhão para a restauração da praça e o entorno da matriz, que terá até iluminação subterrânea.

Projeto executivo
Equipes do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estiveram em Matias Cardoso para fazer os últimos levantamentos técnicos antes da elaboração do projeto executivo.
O projeto para restauração da capela de Nossa Senhora do Rosário, em Brejo do Amparo, município de Januária, também está sendo elaborado. Bens tombados em outras cidades, como Manga, estão na mesma fase.
“As riquezas culturais e patrimoniais dos vales do São Francisco e do Jequitinhonha serão revigorados após vários anos de esquecimento”, ressalta o promotor Marcos Paulo.

Campanha
 Em 2000, a Federação das Associações Comerciais de Minas Gerais lançou uma campanha para que a bacia do São Francisco seja reconhecida como patrimônio natural da humanidade.
Nove anos depois, representantes da maçonaria dos cinco Estados banhados pelo rio se reuniram em Januária para reativar a campanha. Em 2010, o Iphan iniciou o inventário cultural da bacia do São Francisco, levantando todo o acervo na região.
Ações de preservação da área da bacia foram debatidas no seminário “Políticas de Proteção do Patrimônio Cultural”, promovido pela Assembleia Legislativa de Minas.


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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