Telexfree começará a ser investigada pela Polícia Federal

Recrutamento. Site usa imagens de celebridades para convencer pessoas comuns a investir
Brasília. Um vendeu o carro. O outro, a casa. Com dinheiro em mãos, aplicaram em um investimento que prometia retorno alto e rápido, duas palavras que dificilmente aparecem juntas no mercado financeiro sem que haja um grande risco. Mas essa foi a proposta que atraiu, segundo estimativa do governo, cerca de 1 milhão de brasileiros que agora podem perder o capital inicial investido na operação. 
Representantes da Telexfree é que fazem as ofertas tentadoras, conforme denunciado pela reportagem de O TEMPO no último dia 28 de fevereiro. O modelo da empresa é a venda do serviço de voz pela internet (Voip), como o Skype ou o Google Talk. A desconfiança do governo é a que, na realidade, a companhia trabalhe com um sistema de pirâmide financeira, em que se ganha dinheiro com o recrutamento de mais participantes - o que é proibido por lei. 
Por isso, a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda disse ontem que há indícios de irregularidades na atuação da Telexfree. Por entender que é preciso fazer um trabalho amplo de investigação, encaminhou suas conclusões para a Polícia Federal e para o Ministério Público Federal. 
Os interessados em fazer negócio com a Telexfree podem se habilitar para serem os "divulgadores" do sistema, por meio de publicidade pela internet. Há vários tipos de contrato, em várias faixas de "investimento". O divulgador que fecha parceria com a empresa também passa a ganhar uma determinada quantia cada vez que conseguir um novo divulgador para os planos. Quanto mais caros os planos de adesão, maior a quantia que ele receberá.
Convite. Um desses convites chegou ao operador de vídeo Paulo (nome fictício) por meio de seu vizinho. Ele ouviu a proposta, mas preferiu não arriscar, pois teria que desembolsar R$ 2.800. Em contrapartida, deveria realizar cinco anúncios por dia para a empresa em sites depois de um cadastramento. Se houvesse o cumprimento de sua parte, cairia todos os meses em sua conta R$ 800 por, no mínimo, 12 meses. O retorno seria de R$ 9.600, ou 242%.

INTERNET

Diretor tenta tranquilizar `divulgadores´
Brasília. No site da Telexfree, o diretor de marketing Carlos Costa aparece em um vídeo com o objetivo de tranquilizar os colaboradores depois das notícias sobre o posicionamento do governo. Ele admite que a empresa está passando por várias investigações, mas avaliou que o fato é "altamente positivo". "Vai se poder separar o joio do trigo. Somos uma empresa séria, determinada e estamos fazendo sucesso no Brasil e no mundo por conta disso", afirmou. 
Costa enfatizou que a empresa instalada em Vitória é séria, honesta e que vem colaborando com todas as investigações. Além disso, informou que corretores buscam uma sede na cidade de Boston (EUA). Segundo ele, na última segunda-feira, dia 11, a Telexfree pagou mais de R$ 19 milhões em impostos ao governo. "Você não precisa se preocupar com nada", disse no vídeo.


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

Fonte: O Tempo

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