Minas Gerais se preocupa com perdas na produção de frutas

O ano que começou promissor já é de muita preocupação para os produtores de fruta do Norte de Minas. Em menos de um mês, o entusiasmo pelo lançamento da Marca do Jaíba, a participação na maior feira europeia do setor, a conquista de certificação internacional para a banana e o fechamento de grandes acordos de exportação deram lugar ao temor pelos efeitos desta que já é considerada a pior estiagem dos últimos 40 anos.
A falta de chuvas tem efeito drástico nas reservas hídricas da região, enquanto as altas temperaturas têm afetado a fisiologia das plantas com significativo impacto na qualidade dos frutos. A barragem do Bico da Pedra, em Nova Porteirinha, está 11 metros abaixo do nível normal. Com racionamento já implementado, o volume de água disponibilizado hoje corresponde a 56% da demanda do perímetro. Ainda assim, a água disponível para irrigação por gravidade - característica do projeto – só será suficiente até maio.
O quadro é considerado gravíssimo, segundo a Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), e terá grandes impactos em toda a economia regional. “Dependendo do que acontecer daqui para frente, pode-se chegar a um estado de calamidade pública. Estamos falando de 12 mil empregos e renda acima de 70 milhões somente em Janaúba e Nova Porteirinha”, alerta o diretor presidente da Associação, Jorge Luis Raymundo de Souza.
REUNIÃO - Preocupados com o cenário, os parceiros do projeto Jaíba (FAEMG, Sebrae, FIEMG e Governo Estadual) se reuniram em Janaúba, na noite de segunda-feira (25/2) para definição de uma estratégia de crise e a continuidade do trabalho. 
Principal medida, a instalação de bombas na barragem de Gorutuba pelo Governo Estadual deverá ser agilizada para manter a produção de frutas – ainda que com racionamento – pelo menos até o próximo período de chuvas. Outros paliativos serão a abertura de poços artesianos na área de entorno (apesar de já constatada a escassez de água no subsolo) e a opção por privilegiar, com irrigação, apenas as melhores áreas de produção.
Antes do encontro, o coordenador do Instituto Antonio Ernesto de Salvo (INAES), entidade de planejamento e desenvolvimento para o agronegócio da FAEMG, Pierre Vilela percorreu toda a região nesta segunda-feira para conhecer melhor a situação. Ele explicou que apesar das secas serem bastante comuns na região, a deste ano preocupa pela severidade: “Estamos em pleno período chuvoso e os índices estão muito abaixo da média para a região. A chuva não foi suficiente para repor os reservatórios e água do solo. Quem depende de água profunda também está desabastecido. Todos os produtores com quem conversamos são enfáticos ao dizer que esta é a pior seca dos últimos 40 anos”, aponta.


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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